segunda-feira, 16 de setembro de 2013

[Reblog] Fim de um ciclo, extensão de um aprendizado. (dia 45)

     Bom, o texto de hoje é mais um reblog. Diferente da maioria, esse não se relaciona diretamente com a Medicina e os vestibulares; como aquele, é um texto que atiça-nos a refletir.
     Gosto muito do modo que Raíssa escreve, percebo uma grande força e maturidade nas palavras. Não a conheço, apenas temos um objetivo em comum, mas quando leio o que escreve parece que uma aproximação entre nós existe. É diferente. Uma familiarização nos versos e pratico a empatia.
     Presenteio que acompanha o blog com essa gostosa leitura (transcrição total do texto em cor cinza). Aproveitem!

Fim de um ciclo, extensão de um aprendizado. (dia 45)
Quando iniciei esse novo ciclo de “45 dias de reabilitação”, expliquei neste post (clique no link para ser redirecionado ao post) o que me levava a fazer essa escolha. Expliquei também as coisas que eu pretendia melhorar, que pontos eu deveria trabalhar e como pretendia chegar ao meu objetivo.

Bem, antes que maiores especulações surjam, não estou “documentando” virtualmente esses fatos porque quero aparecer ou algo do tipo. Apenas senti mais conforto em fazer mudanças na minha vida e ir descrevendo as mesmas no blog. O motivo é simples: a coisa que mais me tranquiliza é a escrita, e é escrever também o que eu faço melhor – vale agora aquele velho jargão: não sei se sou boa no que faço, mas certamente é isso que me faz bem.
Sem mais rodeios, venho agora trazer o resultado final desses 45 dias.
Sendo bem sincera com vocês, acho que 45 dias foi muito pouco pra arrumar uma vida que estava de pernas pro ar. Tive momentos em que vacilei na minha autovigilância.
 Assim que decidi me afastar – de verdade – das coisas que me faziam mal, me veio à mente que eu não me afastaria só de objetos. Teria que fazer isso com pessoas também. Mais doloroso ainda foi perceber como, apesar de todo o incentivo do meu consciente, meu inconsciente ainda queria ficar ali, apegada. Hoje, percebendo tudo que vivi e sem desmerecer os erros que cometi, percebi que isso aconteceu por puro comodismo.
É bem fácil estar ligada às pessoas que despertam emoções em você do que viver bem com algumas poucas e ter relacionamentos resumidos em cumprimentos diários. Infelizmente, também é bem mais fácil manter uma relação – seja ela qual for – cheia de idas e vindas do que se contentar com algo leve, sereno; calmo. Há quem diga que o estado perfeito é a serenidade, a calmaria, a constante expressão do bucolismo. Há quem almeje isso com tanto afinco que a procura chega a ser dura. Porém, em todos esses que buscam uma vida plena, ainda há traços rijos do complexo, do complicado – enfim, do estado desvairado que a maioria das pessoas se encontra, hoje.
No dia 16 de junho, quando iniciei essa contagem de desafios, posso dizer que estava facilmente colocada nesta última categoria, daqueles perdidos, que juram de pés juntos que tudo que mais querem é a felicidade, a tranquilidade. Há 45 dias, eu queria distância de problemas. Queria viver consideravelmente longe de qualquer coisa que não permanecesse bucólica e inalterada. Mudanças? Só depois de muito esforço. Novas atitudes? Só depois de reavaliar todas as consequências. Felicidade? Era o meu objetivo.
Hoje, posso afirmar com toda certeza que esses 45 dias que passei me desafiando me fizeram entender que a tal “felicidade”, o tal “estado de espírito” e a tão falada “paz interior” só chegam depois que você vence seus próprios monstros. De nada adianta cercar uma pessoa com obrigações do tipo “Mude já! É para seu próprio bem” e “Conserte isso, conserte aquilo”, porque se ela não quiser realizar essa mudança, ela não muda.
De nada adianta partir para o mundo se achando suficientemente digna pra vencer todos os obstáculos nos estudos, no trabalho, nos negócios, se dentro de você, o vazio inoperante de emoções positivas contrasta de forma tão rude com o turbilhão de coisas que sua mente tenta realizar.
Como já aconselhava aquele ditado popular: Não tente abarcar o mundo com as mãos.
Você não consegue, seu corpo se cansa e sua mente se esgota. Comece aos poucos com as mudanças. Faça pequenos desafios, viva alguns dias, estipule prazos para cumprir – afinal, se é tão competente para fazer isso com os outros, por que não com si próprio?
Faça anotações de suas mudanças. Viva mais, pare menos para pensar sobre seus problemas – eu achava que a solução de qualquer coisa era pensar bem sobre o que estava acontecendo, mas cheguei à conclusão que isso só esgotava meu psicológico. Parei. Hoje vejo as consequências positivas dessa minha escolha.
Enfim, desafie-se. Não deixe aquele problema lhe vencer. Se até um emaranhado de desilusões consegue lhe prender, quem é que vai querer se aproximar?
A chave está com você. Use-a. Mude.

 

 
Raíssa Muniz – 31 de julho de 2012


OBS: Opa, esse texto está parecendo um daqueles que a gente vê em editorial de revista feminina ou em prólogo de livro de auto-ajuda, não é verdade? Tentei não chegar a esse ponto, mas não deu. Às vezes a gente precisa refletir um pouco mais sobre as coisas que acontecem, precisa ser mais direto. Acreditem, passei 45 dias me repetindo tudo isso que estão lendo agora. Não posso dizer que mudei completamente, que minha vida deu aquela guinada e que agora está tudo numa boa, tudo relax. Não, não está. Mas foi fazendo isso eu já me libertei de muita coisa. Posso afirmar que realizar mudanças dá certo. ;)


 
Pra finalizar, leiam este texto de Friedrich Nietzsche e pensem sobre as tão necessitadas mudanças:

 
"Estar bem e feliz é uma questão de escolha e não de sorte ou mero acaso. É estar perto das pessoas que amamos, que nos fazem bem e que nos querem bem. É saber evitar tudo aquilo que nos incomoda ou faz mal, não hesitando em usar o bom senso, a maturidade obtida com experiências passadas ou mesmo nossa sensibilidade para isso. É distanciar-se de falsidade, inveja e mentiras. Evitar sentimentos corrosivos como o rancor, a raiva e as mágoas, que nos tiram noites de sono e em nada afetam as pessoas responsáveis por causá-los. É valorizar as palavras verdadeiras e os sentimentos sinceros que a nós são destinados. E saber ignorar, de forma mais fina e elegante possível, aqueles que dizem as coisas da boca para fora ou cujas palavras e caráter nunca valeram um milésimo do tempo que você perdeu ao escutá-las."
 

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